No Oriente, em particular na China, servir aos outros é um ato impregnado de significado cultural profundo, refletindo uma tradição milenar onde a hospitalidade e o cuidado com o próximo são valores enraizados na sociedade.
Durante uma refeição, por exemplo, é comum observar um servir o outro, não como um ato de subordinação, mas como um símbolo de generosidade e de ter algo a mais para compartilhar. Este contraste marcante com o pensamento ocidental, onde o ato de servir muitas vezes é visto através de uma lente hierárquica ou escravocrata, traz lições valiosas que podem ser aplicadas em diversas áreas, incluindo a segurança.
Na segurança, seja corporativa ou pessoal, a capacidade de servir os outros pode ser interpretada como um sinal de força, liderança e preparo. Um profissional de segurança que se coloca à disposição para proteger, orientar e apoiar os demais não está em uma posição inferior, mas sim demonstra que possui algo a mais — seja conhecimento e/ou experiência — que pode ser compartilhado para o bem coletivo. Esta perspectiva de serviço reverte a lógica tradicional do Ocidente, onde a hierarquia muitas vezes define o valor do indivíduo e promove um ambiente onde a colaboração e o cuidado mútuo são fundamentais.
Adotar a perspectiva oriental de servir como parte integrante da segurança permite criar um ambiente onde todos se sentem valorizados e protegidos. Os líderes de segurança, por exemplo, ao servirem suas equipes com orientação e suporte, não apenas fortalecem a moral, mas também criam uma cultura de confiança e eficiência. Isso é particularmente relevante em situações de crise, onde a clareza de propósito e a disposição para agir em benefício dos outros podem fazer a diferença entre o caos e a resolução bem-sucedida.
Além disso, essa abordagem ressalta a importância da percepção e da antecipação das necessidades alheias, qualidades essenciais em qualquer estratégia de segurança. Quem serve observa, compreende e age de forma proativa, antecipando possíveis problemas e solucionando-os antes que se tornem críticos. Assim, servir se torna uma ferramenta poderosa de prevenção e gerenciamento de riscos.
Portanto, ao integrarmos o conceito de servir ao pensamento estratégico em segurança, inspirados pela sabedoria oriental, criamos um modelo de atuação onde o valor do indivíduo é medido pela sua capacidade de proteger e cuidar dos outros. Isso transforma o ato de servir em uma demonstração de liderança e competência, redefinindo o que significa ser um verdadeiro guardião do bem-estar coletivo.
Em suma, a segurança, quando vista através do prisma da sabedoria oriental, nos ensina que quem serve não é menos; pelo contrário, é quem tem mais a oferecer. É quem está disposto a colocar os interesses dos outros à frente dos seus, demonstrando assim, não fraqueza, mas a verdadeira essência da liderança e do cuidado com o próximo.
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