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Análise de Risco e Análise de Variação: Raízes no Pensamento Grego e na Sabedoria Chinesa

O planejamento de segurança é fundamental em diversos contextos, seja em empresas, em shopping centers ou em qualquer outro ambiente que precise de proteção. 


Existem duas abordagens principais para essa tarefa: a análise de risco, amplamente utilizada no Ocidente e enraizada no pensamento grego, e a análise de variação, que deriva da sabedoria estratégica chinesa. 


Este artigo é uma sugestão de entendimento, não sendo necessariamente uma verdade absoluta, explorando essas duas metodologias, esclarecendo algumas de suas características e como podem ser utilizadas, especialmente para quem não é especialista na área de segurança.


Raízes no Pensamento Grego e na Sabedoria Chinesa


O pensamento grego, que influencia profundamente o Ocidente, valoriza a razão, a lógica e a estrutura. 


A análise de risco reflete essas características, focando na antecipação e controle do futuro por meio de um planejamento detalhado e estruturado. Essa abordagem tende a criar planos que muitas vezes tentam ajustar a realidade para que ela se encaixe no planejamento estabelecido. Neste caso, qualquer mudança pode colocar em risco o planejamento.


Por outro lado, a sabedoria chinesa, especialmente na China antiga, não separa teoria e prática. Em vez disso, ela se baseia na experiência e na vivência, buscando conectar-se com a realidade. A análise de variação reflete essa sabedoria, priorizando a adaptação contínua às mudanças e antecipando ameaças de forma realista e conectada ao momento presente, sem tentar forçar a realidade em moldes predefinidos.


O Que é Análise de Risco?


A análise de risco é um processo estruturado e linear, muito alinhado com o pensamento grego, que busca entender e controlar o que é previsível. Neste modelo, a segurança é planejada com base em uma lógica fixa: primeiro, identificam-se as ameaças, depois, criam-se medidas para mitigá-las.


Como Funciona:


1. Identificação de Vulnerabilidades: Começa-se analisando o ambiente para descobrir pontos fracos que podem ser explorados por ameaças. Em um shopping center, isso pode incluir áreas com pouca vigilância ou entradas mal monitoradas.

   

2. Identificação de Ameaças: Avaliam-se as ameaças que podem explorar essas vulnerabilidades, como furtos, vandalismo ou incêndios.

   

3. Avaliação de Probabilidades e Impactos: Estima-se a probabilidade de cada ameaça ocorrer e o impacto potencial, permitindo priorizar riscos.


4. Desenvolvimento de Medidas: Medidas são implementadas para mitigar os riscos, divididas em preditivas, preventivas, contingenciais e emergenciais.

   

5. Monitoramento e Revisão: O plano é implementado e revisado periodicamente para garantir sua eficácia.


Exemplo Prático:


Em um shopping center, a análise de risco pode identificar como vulnerabilidade o grande fluxo de pessoas em horários de pico. A ameaça seria o aumento de furtos, e a medida preventiva seria aumentar a presença de seguranças nesses períodos.


O Que é Análise de Variação?


A análise de variação deriva da sabedoria chinesa (Pensamento Estratégico Clássico Chinês), onde a adaptabilidade e a resposta dinâmica às mudanças são fundamentais. Diferente do pensamento ocidental, essa abordagem não separa teoria e prática, mas sim, conecta-se profundamente com a realidade, vivenciando e ajustando-se ao que está acontecendo no momento. A análise de variação não lida apenas com o inesperado, mas também antecipa ameaças de maneira realista e flexível, sempre conectada às variações do ambiente.


Como Funciona:


1. Identificação das Variáveis: Em vez de focar apenas em ameaças fixas, monitora-se as variáveis que podem mudar e influenciar a segurança, como mudanças no comportamento dos visitantes ou no clima.

   

2. Estabelecimento de Cenários: Baseado nas variáveis, criam-se cenários e estratégias flexíveis, que são constantemente ajustadas conforme as circunstâncias mudam.


3. Guiado por Princípios: As decisões são orientadas por princípios fundamentais, como a segurança das pessoas, garantindo consistência mesmo quando o plano muda.


4. Adaptação Contínua: As medidas de segurança são ajustadas em tempo real. Se as variáveis mudam, o plano de segurança se adapta instantaneamente.

   

5. Documentação Dinâmica: A documentação é atualizada continuamente para refletir as mudanças e ajustes feitos durante o processo.


Exemplo Prático:


Em um shopping center, a análise de variação pode detectar um aumento repentino no fluxo de visitantes devido a um evento especial. Em vez de seguir um plano fixo, a equipe de segurança ajusta imediatamente suas ações, como redirecionar visitantes ou aumentar a vigilância, para lidar com a nova situação.


Comparando as Abordagens


A análise de risco, enraizada no pensamento grego, é estruturada, lógica e preditiva, sendo ideal para situações onde os riscos são bem compreendidos e relativamente estáveis. Já a análise de variação, derivada da sabedoria chinesa, é fluida, dinâmica e adaptativa, lidando tanto com o previsível quanto com o inesperado, sempre conectada à realidade do momento.


Integração das Abordagens


Embora diferentes em suas raízes e metodologias, a análise de risco e a análise de variação não são mutuamente exclusivas. Elas podem se complementar de forma poderosa. 


A análise de risco oferece uma base sólida de planejamento, enquanto a análise de variação proporciona a flexibilidade necessária para responder às mudanças inesperadas. 


Por exemplo, em um shopping center, você pode começar com uma análise de risco para criar um plano básico de segurança, mas integrar a análise de variação para ajustar o plano conforme novas situações surgem.


Conclusão


Em resumo, a análise de risco e a análise de variação refletem duas tradições distintas: o pensamento grego, com sua ênfase na lógica e previsibilidade, e a sabedoria chinesa, com seu foco na adaptação e flexibilidade. 


Para quem não é da área de segurança, pode parecer complexo entender essas abordagens, mas a chave está na simplicidade: uma se foca em prever e planejar com uma estrutura fixa, enquanto a outra se concentra em antecipar e adaptar, mantendo-se conectada à realidade. 


Neste sentido, prever envolve a tentativa de adivinhar ou calcular o que vai acontecer no futuro com base em informações e tendências atuais. É uma projeção feita a partir de dados ou padrões conhecidos, é mais associado a uma estimativa ou suposição sobre o futuro, baseada em lógica, modelos ou padrões observados. É mais analítico e estruturado (Exemplo: Um meteorologista prevê a chuva com base em dados climáticos). 


Enquanto antecipar é se preparar para algo antes que aconteça, com base em uma percepção ou intuição de que um evento é provável ou iminente. Envolve estar um passo à frente, preparando-se para diferentes cenários. É mais proativo e dinâmico. Antecipar não apenas envolve a previsão, mas também a preparação para lidar com o evento previsto ou com possíveis variações do que foi previsto (Exemplo: Um jogador de xadrez antecipa os movimentos do oponente e ajusta sua estratégia em tempo real).


Em um contexto de segurança, prever sugere seguir um plano fixo baseado em suposições sobre o futuro, enquanto antecipar envolve ajustar-se proativamente a mudanças e preparar-se para diferentes cenários.


Combinando as duas, pode-se criar um sistema de segurança mais robusto, capaz de lidar tanto com o previsível quanto com o inesperado, de maneira prática e eficaz.

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