


A China pode ser uma grande fonte para buscar conhecimento sobre determinado assunto. Para exemplificar esta perspectiva podemos analisar o sentido da expressão DEPAYSEMENT, do francês François Laplantine, professor da Universidade Lumière Lyon 2, que significa a perplexidade provocada pelo encontro das culturas que são, para nós, as mais distantes, levando a uma modificação do olhar que se tinha sobre si mesmo. Presos a uma única cultura, não somos apenas cegos à dos outros, mas míopes quando se trata da nossa.
Para diversas pessoas o assunto inteligência estratégica não é só complexo, mas também controverso. O que é considerado “inteligência estratégica” para uns, pode ser rotulado como “espionagem” para outros. Além do mais, não está claro para muitos estudiosos a diferença entre inteligência estratégica e inteligência tática. Mesmo para alguns que entendem a diferença, é possível que não concordem sobre onde a linha divisória entre os dois deveria ser marcada.
A inteligência estratégica aqui representada é manifestada através do Ving Tsun, um tradicional sistema marcial chinês de inteligência estratégica, com base no desenvolvimento humano. Fundado no século XVIII pela mestra Yim Ving Tsun, a partir da herança do renomado Monastério Shaolin e influenciado pela estratégia clássica chinesa, muito propagada por sábios e estrategistas da antiguidade, como Sun Tzu em seu livro A Arte da Guerra. Nesse sentido, inteligência estratégica se caracteriza pela capacidade de antecipar e explorar com sabedoria o potencial existente em uma determinada situação, a partir da interação com o adversário.
A estratégia clássica chinesa não separa a teoria da prática, fazendo com que o termo “estratégia” se identifique muito com o significado dado pelo Dicionário Houaiss: “arte de aplicar com eficácia os recursos que se dispõe ou de explicar as condições favoráveis de que por ventura se desfrute, visando o alcance de determinados objetivos".
Desenvolvida a milhares de anos e ao longo de muitas guerras, a estratégia clássica chinesa, pode ser utilizada em várias situações de segurança, sendo possível prover experiências mobilizadoras, convidando a análise e reflexão, estimulando insights de valor inestimável aos desafios da atualidade.
Portanto, a ideia não é recorrer a certos aspectos da cultura chinesa devido a uma fascinação pela longinquidade ou a um gosto pelo exotismo, mas a escolha pela cultura chinesa é acima de tudo estratégica.