
DESENVOLVA SUA
INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA
Com Fabio Gomes, introdutor do Ving Tsun 詠春
nas Forças de Operações Especiais do Exército Brasileiro

ARTES MARCIAIS E
OPERAÇÕES ESPECIAIS
Ao longo de minha jornada profissional, realizei treinamentos com base no Ving Tsun a muitos líderes e operadores de segurança privada, policiais e militares, tive a honra de compartilhar conhecimentos sobre este sistema marcial chinês com as Forças Especiais do Exército Brasileiro por mais de uma década.
No entanto, o caminho para o aprimoramento das artes marciais orientais para operações especiais não pode ser discutido sem reconhecer as notáveis contribuições dos britânicos, William Ewart Fairbairn (1885-1960) e Eric Anthony Sykes (1883-1945). Sua herança e ensinamentos revolucionaram as táticas de combate que moldaram as unidades de operações especiais modernas.
O Ving Tsun, assim como outros estilos de artes marciais asiáticas, são fundamentados na estratégia clássica chinesa, muito propagada por sábios e estrategistas do passado, como Sun Tzu em seu livro "A Arte da Guerra". Esses sistemas marciais são uma fonte valiosa de aprendizado para militares de elite, possibilitando a utilização de seus princípios e estratégias não só para o combate corpo-a-corpo, mas também para serem explorados em outras situações enfrentadas por estes operadores.
Talvez por esta razão que Fairbairn e Sykes, quando trabalhavam na Shanghai Municipal Police (no passado a cidade chinesa de Shanghai estava sob domínio britânico antes da invasão japonesa), se inspiraram nestas práticas milenares para lidar estrategicamente com a violência que assolava esta cidade na época e para ampliar significativamente o preparo dos militares que iriam combater na Segunda Guerra Mundial, quando tiveram que retornar ao Reino Unido com este propósito.
Winston Churchill (1874-1965), político e estadista britânico que liderou o Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial, queria que seus serviços clandestinos e forças especiais operassem e combatessem da forma mais letal possível a Alemanha nazista.
Desta forma, Churchill acionou Fairbairn e Sykes, que estavam em uma das partes mais sombrias do Império Britânico, a velha e perigosa Shanghai, na China.
Os britânicos Fairbairn e Sykes ajudaram os militares de elite da época, mas também as unidades de operações especiais, policiais e militares, de vários países.
É evidente que as raízes chinesas das artes marciais têm desempenhado um papel crucial no preparo e treinamento de Forças de Operações Especiais, reforçando a importância de honrar e compreender a história e a evolução dessas práticas. Este legado de sabedoria em movimento continua a inspirar gerações de especialistas em segurança em todo o mundo.

